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Presidente da Federasul, José Paulo Cairoli |
Presidente da ACISAP Vinicius Barcelos Oliveira |
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04/06/2011 |
Federasul pede melhoria nos gastos públicos |
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Limitar os gastos a um percentual do crescimento da receita corrente e direcionar os investimentos para reduzir os gargalos em infraestrutura com adoção de investimentos privados, integram as recomendações da Carta de Bento Gonçalves, lida no encerramento do 9º Congresso das Entidades Filiadas à Federasul, sábado (04.06). O documento final, de duas laudas, recomenda ações governamentais para um Brasil e um Rio Grande mais desenvolvidos com um setor público eficiente. Se implementadas, enfatiza o presidente José Paulo Dornelles Cairoli, “estaremos mais perto de viver num País que sirva a sociedade ao invés de servir-se dela”.
A Carta de Bento Gonçalves formaliza a preocupação dos empresários com o cenário político e econômico do País, com carga tributária excessiva e juros altos. No âmbito estadual, lembra que a sociedade gaúcha espera que o governo utilize as boas condições políticas para promover as mudanças estruturais como investimentos, reforma na previdência pública. Sugere maior apoio aos setores intensivos em tecnologia e mão de obra para atrair novos investimentos além da adoção de medidas que qualifiquem o ensino.
O encontro discutiu, durante dois dias, a “Força do Associativismo”. Líderes empresariais de todo o Estado, ouviram o vice-governador de São Paulo, presidente de honra da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), Guilherme Afif Domingos, dizer que o Brasil precisa adotar o “imposto exposto” para garantir cidadania, pois “todos os brasileiros ficarão sabendo o quanto de imposto pagam para ter em troca serviços como saúde, educação e segurança”. O secretário do desenvolvimento e promoção do investimento, Mauro Knijnik informou que o Estado pretende investir mais na agroindústria e no setor automotivo.
CARTA DE BENTO GONÇALVES
A FEDERASUL, em seu 9º Congresso das Entidades Filiadas, vem a público manifestar posição sobre o momento que vive o País e o Rio Grande do Sul.
Vivemos num cenário preocupante com o risco da volta da inflação. Nesse contexto, o crescimento do PIB no primeiro trimestre a uma taxa de 4,2% foi uma ótima notícia. Para não desperdiçar esse momento, é preciso avançar e dar o salto necessário para um ciclo de desenvolvimento sólido, implementando a agenda de mudanças que o País ainda precisa fazer:
- Reduzir os gastos públicos, limitando-os a um percentual do crescimento da receita corrente;
- Diminuir a carga tributária, que atualmente atinge 35% do PIB, a mais alta entre os países emergentes, levando a arrecadação do governo a aumentar nesse primeiro quadrimestre impressionantes 17%.
- Atingindo o equilíbrio fiscal, será possível reduzir a taxa de juros, que atualmente é a maior entre as principais economias desenvolvidas e emergentes, e que se constitui em um dos maiores entraves ao crescimento econômico do País.
- Juros mais baixos, por sua vez, levarão a uma menor pressão sobre o câmbio, permitindo uma desvalorização cambial. Essa atuação sugerida sobre o trinômio gastos públicos-juros-câmbio permitirá uma maior competitividade para as empresas brasileiras.
- Direcionar os investimentos públicos com prioridade absoluta para a recuperação da infraestrutura do País, que hoje é um dos grandes gargalos para o nosso crescimento econômico, com a adoção de parcerias público-privadas.
No âmbito estadual, o novo governo que se inicia conta com ampla maioria na Assembléia e boas relações com o governo federal. O que a sociedade espera é que ele use essas condições políticas excepcionais para realizar as mudanças estruturais que o Rio Grande precisa para se desenvolver, como:
- A retomada de investimentos em infraestrutura, seja com recursos próprios, seja em parceria com a União e com a iniciativa privada. Hoje o Rio Grande tem um dos maiores custos logísticos do país, e esse é um grande entrave para o nosso desenvolvimento.
- Não ceder às pressões corporativas, e efetivamente realizar a reforma da previdência pública no Estado.
- Dar mais apoio aos setores intensivos em tecnologia e mão de obra, visando a atração de novos investimentos que permitirão a diversificação de nossa economia, o desenvolvimento e a geração de empregos.
- Implementar medidas que melhorem a qualidade do ensino publico, medida fundamental para preparar nossas gerações para o mercado de trabalho no futuro.
O que todos nós queremos é um Brasil e um Rio Grande cada vez mais desenvolvidos, e um setor público eficiente, que sirva a sociedade ao invés de servir-se dela.
Bento Gonçalves, 04 de junho de 2011.
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Rafael Hnszel, Beatriz Marques e Vinicius OLiveira |
9º Congresso das Entidades Filiadas à Federasul |
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