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21/03/2012 Entidades convocam ato contra desindustrialização
Uma marcha entre o Largo Glênio Peres e a Praça da Matriz, na tarde da próxima segunda-feira, marcará o início oficial da mobilização contra a desindustrialização. O ato, que projeta reunir 10 mil pessoas, é fruto de uma junção de forças, batizada de Grito de Alerta em Defesa da Produção e do Emprego, que reúne entidades representantes da indústria e centrais sindicais. “Essa é uma mobilização nacional. Nós no Rio Grande do Sul temos o privilégio e a responsabilidade de ir às ruas primeiro”, afirmou o diretor da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) no Estado, Mathias Elter.

A mobilização deve acontecer em mais três estados, Santa Catarina (28 de março), Paraná (3 de abril) e São Paulo (4 de abril), antes de um grande ato em Brasília, no dia 10 de maio. Empresários e sindicalistas estão preocupados com a perda de participação da indústria no PIB brasileiro no ano passado e o crescimento das importações de produtos acabados ao passo que as commodities ganham peso na balança comercial.

Segundo Elter, a proposta de fazer uma grande mobilização para mostrar ao governo e à sociedade os efeitos negativos da falta de competitividade imposta à indústria brasileira no próprio mercado interno surgiu pouco antes do Carnaval. Desde então, as entidades empresariais, lideradas pela Abimaq, e as centrais sindicais do Rio Grande do Sul têm feito uma série de reuniões para organizar a mobilização e a pauta de reivindicações.

O diretor da Força Sindical, Cláudio Correa, ressalta que a queda na produção industrial já está se refletindo na oferta de empregos pelo setor. Por isso, está sendo feito um grande esforço de mobilização nas portas das fábricas em Porto Alegre e Região Metropolitana, além de chamamentos, pelas entidades, nos polos industriais da Serra e de Panambi. “O governo e a sociedade precisam se dar conta do que está acontecendo. Estamos transferindo empregos para a China e é preciso adotar todas as medidas necessárias, baixar impostos, terminar com a guerra fiscal, para que a indústria consiga competir em pé de igualdade com os importados”, afirmou.

Uma comissão de empresários e líderes sindicais tem audiências marcadas na Assembleia Legislativa e no Palácio Piratini na mesma tarde de segunda-feira, para tentar conquistar o apoio das autoridades locais. Elter ressaltou que, embora o movimento seja nacional, há uma série de questões que podem ser resolvidas a nível estadual. Para o diretor da Abimaq, uma das medidas mais urgentes é terminar com a diferença de alíquotas de impostos nos portos.